O que torna um esporte popular no mundo?
Será que basta uma bola para conquistar milhões de corações? Ou seriam as histórias por trás dos jogadores, os dramas das competições, a emoção do imprevisto? A verdade é que os esportes mais populares do mundo são aqueles que conseguiram ultrapassar fronteiras, transpor idiomas e conectar culturas inteiras por meio da emoção coletiva. Neste artigo, te levo para uma volta ao redor do planeta — sem sair da cadeira — para conhecer os cinco esportes mais populares do mundo e entender como eles chegaram tão longe.
Futebol: o rei absoluto dos gramados (e dos corações)
Impossível não começar por ele. O futebol não é apenas o esporte mais popular do mundo — ele é quase uma religião para muitos. Segundo a FIFA, estima-se que mais da metade da população mundial acompanhou a Copa do Mundo de 2018. Isso mesmo, quase 4 bilhões de pessoas!
No Brasil, o futebol é mais do que um esporte: é herança de família, é assunto de bar, é infância na rua de terra. Lembro do meu primeiro chute numa bola com menos de 5 anos, no quintal da casa da minha avó em Alagoas. Bola murcha, gol improvisado com chinelos e uma alegria que atravessa o tempo.
Mas o futebol também reina em países como Inglaterra, Alemanha, Argentina, Nigéria, Japão… É acessível, precisa de pouco para acontecer, e carrega uma carga emocional gigantesca — um gol pode mudar o humor de um bairro inteiro.
Críquete: paixão que atravessa continentes
Você pode até não conhecer as regras do críquete (confesso que demorei para entender também), mas quando falamos em números de fãs, ele se destaca com mais de 2,5 bilhões de seguidores, principalmente na Índia, Paquistão, Sri Lanka, Bangladesh e partes da Austrália e do Reino Unido.
Durante minha viagem pelo sul da Índia, vi crianças jogando críquete com tacos improvisados e bolas de borracha nos becos apertados de Chennai. A energia era tão intensa quanto a de uma pelada brasileira. O jogo é complexo, estratégico e, ao mesmo tempo, apaixonante. As partidas internacionais param países inteiros. Literalmente — bancos e comércios fecham mais cedo quando a seleção indiana entra em campo.
Curioso como uma herança colonial se transformou em expressão cultural tão própria e vibrante.
Basquete: ritmo, técnica e paixão global
Criado nos Estados Unidos no final do século XIX, o basquete virou uma febre mundial. Estima-se que mais de 2,4 bilhões de pessoas acompanham o esporte, com forte presença nos EUA, China, Filipinas, Canadá e em grande parte da Europa.
A NBA, sua liga mais famosa, virou um espetáculo visual, cultural e midiático. Mas o que mais me impressionou foi ver como o esporte se adaptou à realidade brasileira. Em bairros de São Paulo e de cidades do interior da Bahia, vejo jovens pintando quadrinhas com tinta improvisada e usando garrafões d’água como obstáculos de treino.
O basquete tem essa dança combinada de força, velocidade e inteligência. E, por mais que tenha nascido em ginásios, encontrou espaço também nas ruas — e nos corações.
Hóquei em campo: o gigante pouco conhecido no Brasil
Pouco falado por aqui, mas gigantesco globalmente, o hóquei em campo tem cerca de 2 bilhões de fãs, especialmente na Índia, Holanda, Austrália, Reino Unido e partes da África. Sim, dois bilhões!
Tive meu primeiro contato mais direto com esse esporte durante uma viagem para Rotterdam, na Holanda. Me impressionou como as famílias acompanhavam os jogos juvenis com a mesma paixão que nós, brasileiros, assistimos ao futebol. O hóquei combina agilidade, técnica e estratégia, jogado sobre grama sintética ou natural, com bastões e uma pequena, mas veloz bola.
No Brasil, a modalidade ainda engatinha, com poucos centros de prática — mas quem sabe, com nosso DNA esportivo e tropical, ele não ganhe mais espaço em breve?
Tênis: elegância e intensidade em cada golpe
Com aproximadamente 1 bilhão de fãs, o tênis é o queridinho dos grandes torneios, das arenas silenciosas e dos lances coreografados. Ele mistura precisão, resistência física e uma dose de teatralidade que encanta multidões.
Acompanhei de perto o Aberto do Rio de Janeiro e posso garantir: não falta emoção. O silêncio tenso antes de um saque, o rugido após um rally memorável, as reações intensas dos jogadores — tudo isso cria uma atmosfera única. E o melhor: o tênis é praticado desde os clubes da zona sul carioca até as quadras de cimento do interior do Nordeste.
Além disso, o esporte se popularizou com a ascensão de ícones como Serena Williams, Federer, Nadal e Djokovic, que transformaram jogos em verdadeiros espetáculos de resistência e superação pessoal.
O que esses esportes nos ensinam?
Mais do que movimentar multidões, os esportes nos ensinam sobre espírito coletivo, adversidade e paixão. Seja torcendo de corpo pintado numa arquibancada ou jogando descalço no campinho da esquina, o fio comum entre todos esses esportes é a capacidade de nos conectar — com os outros e com nós mesmos.
Talvez por isso, onde quer que eu vá no Brasil, sempre procuro um jogo para assistir ou participar. Nos arredores das pousadas que visito, muitas vezes encontro uma quadra escondida, um campo empoeirado ou um grupo de crianças jogando com pura alegria. São nesses momentos que percebo: o esporte não tem idioma. Tem emoção.
Agora me diz: qual desses esportes bate mais forte no seu coração? Ou melhor: qual você vai experimentar na sua próxima viagem?
