Americanos precisam de visto para visitar o Brasil?
Se você é americano e sonha em explorar nossas praias tropicais, se perder nas trilhas da Chapada dos Veadeiros ou curtir um jogo do Flamengo no Maracanã, é provável que a primeira pergunta que apareça seja: “Preciso de visto para visitar o Brasil?” A resposta, como quase tudo na vida, depende. Mas calma que eu te explico com calma — e com aquele jeitinho brasileiro que não pode faltar.
Contexto recente: vai e vem diplomático
Durante muitos anos, cidadãos dos Estados Unidos precisaram de visto para entrar no Brasil. Em 2019, uma medida assinada pelo então presidente brasileiro liberou a entrada de americanos, canadenses, australianos e japoneses sem visto para turismo, negócios, trânsito e fins artísticos ou esportivos, com permanência de até 90 dias. A gente recebeu muita gente bacana desde então – e eu mesmo tive o prazer de conversar com gringos encantados pelo pôr do sol em Jericoacoara ou pela fartura de um café da manhã em uma pousada no interior de Minas.
Mas como dizem por aí, o mundo gira – e a política também. A partir de 10 de janeiro de 2024, o Brasil voltará a exigir visto para cidadãos dos EUA, Canadá e Austrália. Essa nova exigência vem como resposta à política de reciprocidade: já que brasileiros continuam precisando de visto para entrar nesses países, o Brasil decidiu equilibrar o jogo.
Quem precisa solicitar o visto e para que tipo de viagem?
A regra vale para viagens com fins de:
- Turismo
- Negócios
- Participação em eventos ou intercâmbios culturais
- Trânsito (permanência em aeroportos com troca de voos ou conexões prolongadas)
Ou seja, se você, americano, quer sentir a energia do Carnaval de Salvador ou conhecer uma pousada charmosa no sul da Bahia, vai precisar de autorização prévia. Mas fique tranquilo: o processo não é nenhum bicho de sete cabeças.
Como tirar o visto brasileiro? Passo a passo descomplicado
Felipe aqui com aquele resuminho maroto pra te ajudar a se organizar — porque, convenhamos, ninguém merece dor de cabeça antes de uma viagem, né?
O processo é feito totalmente online, através do sistema eVisa (sim, é um visto eletrônico!). Aqui está o que você vai precisar:
- Passaporte válido com pelo menos 6 meses de validade a partir da data da entrada no Brasil.
- Foto digital recente, tipo passaporte, fundo branco.
- Passagem de ida e volta, ou documentação que comprove o itinerário.
- Comprovante de hospedagem (ou carta convite, se for se hospedar na casa de alguém).
- Pagamento da taxa consular no valor de US$ 80,90 (valores podem variar, então vale sempre conferir no site oficial da Embaixada ou Consulados do Brasil).
Depois de reunir tudo isso, é só acessar o portal de vistos e seguir o passo a passo. O prazo estimado para resposta costuma ser de 5 a 10 dias úteis.
Qual a validade do visto?
O visto eletrônico (eVisa) tem validade de 2 anos ou até o vencimento do passaporte, o que ocorrer primeiro. E você poderá ficar no Brasil por até 90 dias a cada visita, com a possibilidade de extensão por mais 90 dias, totalizando 180 dias num período de 12 meses.
Se a viagem é só um pit stop para conhecer o Cristo Redentor ou mergulhar em Fernando de Noronha, esse prazo é mais que suficiente. Mas acredite: muitos acabam voltando. O Brasil é tipo feijoada no sábado – depois que você prova, quer sempre mais.
Precisa de visto se for só fazer conexão?
Sim, até mesmo para conexões longas onde você precise sair da área de trânsito do aeroporto (ou trocar de aeroporto, como em São Paulo), o visto é necessário. Mesmo que você vá passar só algumas horas no Brasil, a exigência é a mesma. Então nada de tentar dar uma passadinha relâmpago sem visto, viu?
Como aproveitar ao máximo sua estadia — visto em mãos!
Agora que o lado burocrático tá resolvido, deixa eu te dar umas dicas, com aquele olhar de quem já bateu perna por esse país de norte a sul:
- Explore além dos clichês: Rio e São Paulo são incríveis, sim, mas o Brasil é gigante. Já pensou em surfar em Itacaré, fazer trilhas na Serra do Cipó ou se hospedar numa pousada ecológica no Jalapão?
- Fique de olho no clima: por aqui, as estações do ano mudam de acordo com a região. Leve roupa de banho e capa de chuva — às vezes no mesmo dia!
- Cuidado com os “falsos amigos” do idioma: “pasta” aqui não é macarrão, é pasta de dente. Então evite surpresas ao ir ao mercado!
- Se hospede nas pousadas: além de preços mais acessíveis, você vai conhecer a hospitalidade brasileira de perto. Tem pousada em árvore, em barco, em fazenda e até com cachoeira no quintal. Eu mesmo já acordei com canto de arara como despertador – melhor experiência que muito hotel 5 estrelas.
Uma experiência cultural, não só turística
Se você é americano e está planejando sua viagem, prepare-se para mais que paisagens lindas. O Brasil é uma mistura vibrante de sabores, sotaques e ritmos. Pode ser que no mesmo dia você ouça um samba no café da manhã, experimente moqueca no almoço e dance forró à noite – e tudo isso cercado de gente que faz questão de te chamar de “amigo” mesmo sem nunca ter te visto antes.
Ah, e não se espante se um desconhecido puxar papo na fila do pão. Aqui é assim – espontâneo, caloroso e, diria eu, contagiante. Quando falo com gringos que vieram ao Brasil, a maioria não fala da beleza do lugar como primeira lembrança, mas da sensação de se sentir em casa, mesmo longe dela.
Dúvidas frequentes que recebo dos viajantes americanos
Pra facilitar, reuni algumas das dúvidas que mais escuto de turistas gringos quando estamos tomando uma água de coco à beira-mar:
- “Preciso de vacina para entrar no Brasil?” — Oficialmente, é recomendada a vacina contra febre amarela, principalmente se você for visitar áreas como a Amazônia. Mas sempre vale verificar os requisitos atualizados antes de viajar.
- “Posso alugar um carro no Brasil com minha carteira americana?” — Sim, com sua carteira de motorista válida e passaporte, por até 180 dias. Algumas locadoras podem pedir a Permissão Internacional para Dirigir, então pergunte antes de reservar.
- “É seguro viajar pelo Brasil?” — Como todo país, o Brasil tem seus cuidados. Evite ostentar objetos de valor e fique atento em grandes centros urbanos. Mas não deixe que os exageros da mídia pintem um cenário irreal – com informação e respeito local, a experiência é maravilhosa.
Última dica do Felipe (de viajante pra viajante)
Americano, traga sua curiosidade, seu gosto por natureza, sua vontade de experimentar além do hambúrguer. Aqui tem cachaça artesanal, tem pequi, tem futebol na rua e tem gente de coração aberto. O visto é só um papel — a verdadeira entrada é o seu desejo de se conectar com o Brasil de verdade.
Então, agora que já sabe o que precisa, que tal começar a planejar sua viagem? E se vier, não esqueça de me mandar uma mensagem contando por onde andou. Quem sabe não nos cruzamos por alguma trilha, no cerrado ou tomando um açaí em Belém?
Boa viagem — ou como dizemos por aqui: Boa aventura!
